Nascido na cidade do Rio de Janeiro em 17 de Agosto de 1964, Jorginho é o caçula de 7 filhos criados no Complexo do Muquiço.

Aos 10 anos de idade, Jorginho sofre a perda de seu pai e logo em seguida da sua irmã. Sempre disposto a ajudar a complementar a renda da casa, o pequeno desde muito novo auxiliava em casa juntando os trocados que ganhava varrendo os andares do bloco 19 do Complexo do Muquiço, o famoso Minhocão de Guadalupe.

Ainda aos 10, Antônio Carlos, conhecido como Catanha, entra na vida de Jorginho. Catanha era morador do Complexo do Muquiço. Altruísta, Catanha ajudava outros moradores da comunidade como podia. Em pouco tempo, se tornou um mentor e segundo pai para Jorginho, sendo um dos maiores responsáveis pela formação pessoal e profissional do jogador. Jorginho costuma dizer que Catanha lhe proporcionou a primeira experiência do que é ser um projeto social vivo, pois era isso que Catanha fazia pela comunidade.

Aos 11 anos, Jorginho sonhou que construíam a Disneylândia no campo de várzea onde jogava futebol, o campo do Rala Coco. Ao acordar, Jorginho vai até a janela para ver se seu sonho era realidade e, chegando lá, percebe que tudo era apenas um sonho. Não conformado com a realidade, o menino decide manter aquele sonho guardado dentro de si.

Aos 13 anos de idade, Jorginho começa a se destacar como jogador de futebol e é contratado para seu primeiro time profissional, o América Futebol Clube. Pouco tempo depois, o menino sofre a trágica perda de Catanha, seu grande amigo e mentor, que sofre um acidente enquanto trazia novas balizas para o Campo do Rala Coco.

Após o América Futebol Clube, Jorginho segue para o Flamengo, onde consegue se desenvolver como profissional e, em seguida, parte para o futebol no exterior, passando por times como o Bayern Leverkusen, Bayern de Munique, e Kashima Antlers no Japão.

Ao conseguir se estabelecer como atleta profissional, Jorginho decide adquirir o campo do Rala Coco, com o desejo de construir um projeto social para o Complexo do Muquiço, realizando o seu sonho de garoto e honrando o seu grande amigo Catanha (em memória).

Tudo começou com um sonho que hoje faz outras pessoas sonharem também. O Bola Pra Frente hoje é um espaço compartilhado por educandos, funcionários, comunidade, parceiros e todos que constroem todos os dias o fazer pedagógico, afetuoso e que transforma sonhos em realidade a partir do Complexo do Muquiço.